segunda-feira, 4 de julho de 2011

um fio de voz escorre pela parede

eu nasci em 1986. no decurso da leitura silenciosa de um poema. só havia tecidos espalhados pelo chão da casa. as crenças ingênuas de minha mãe. eu fui completamente desejada, completamente mal desejada e com amor. a voz está sozinha - não por muito tempo. e eu nasci na sequência de um ritmo. eu nasci para acompanhar a voz, fazê-la percorrer um caminho. de um lado a outro do percurso, não sei o que existe, o caminho caminha. como de resto é evidente, não tive a intenção de conceber-me. ninguém estava a altura de receber-me. nenhuma  relação era exata para me tornar equilibrada ou útil.

início do espetáculo "solo para coisas quase esquecidas", texto de maria gabriela llansol. re-tomando.

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