quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

compreende?



Minha vontade permitida proibida se permite se perde diante dos seus olhos e a minha não coragem de conseguir dizer tudo me faz dizer nada, calar-se em vergonhas e palavras soltas

sábado, 15 de dezembro de 2007

para um arcanjo sem volta

Depois da tempestade, de cada um ter seguido seu rumo, segue talvez uma saudade, ou uma talvez vontade-cara-de-pau-tímida de ligar só pra saber como você está. Sobre a saudade, posso dizer que ela não se relaciona ao amor ou à volta, esses, sem volta, sem saudade. O que posso tentar descrever aqui é uma espécie de falta, uma lembrança forte daquela presença e, talvez, uma negação humana de não se acostumar com o silêncio e com a distância de duas pessoas que já foram tão próximas e que, de repente, passaram a habitar vazios distintos. Vem daqui um desejo envergonhado, quase escondido, já que a dor passou e, agora, quem sabe, felicidade, paz, de trocar mais de "duas ou três frases sarcásticas" e de ter um carinho saudável, um pelo outro, outro pelo um, ambos; mesmo depois dos tombos, dos escorregões, das batidas fortes que nos atormentaram por noites e domingos.
Sinto uma vontade inexplicável de perdoar, mesmo sabendo que eu ainda não consigo, de fato, perdoar. Sinto vontade de pedir perdão, mas, também, inútil. Desejo o bem, de verdade. Até mesmo naqueles momentos em que o sarcasmo aparece, entre os amigos, entre os desconhecidos, em certas falas perdidas no meio da noite ou na falta de um assunto melhor. Porque ter raiva também é humano, não é? E errar também, frase quase banal. E também perdoar (e também pedir perdão).
Então talvez agora realmente seja o momento de buscar algum tipo de leveza que me conforte, que me acalme. Tenho mantido o lado esquerdo do peito em silêncio, não em seu nome, não em sua lembrança, mas para que ele se recomponha de forma saudável, tranqüila. E para que assim, depois de refeito, possa se abrir outra vez, sem vergonhas, sem medos, coração aberto para novos mergulhos. O silêncio não deve assustar, é pausa pra respiração.
Como num suspiro, vontade de te agradecer por ter sido meu primeiro tudo. Primeiro amor, primeiro salto, primeiro mergulho, primeiro carinho, primeira vontade, primeira falta, primeira mágoa, primeiro tombo. E por ter vivido primeiros tão bons momentos, ter me feito acreditar no amor e querer entregar pra você todas as coisas que todos os bobocas sentimentais desejam entregar para essa palavra tão cheia–vazia de significados: amor. Meu primeiro: queria pra você todas as alegrias e para mim nenhuma alegria seria maior do que estar com você.
Sei que caminhei até meus descaminhos e de nada me arrependo, nem mesmo de ter tropeçado tanto depois do depois. Se o amor é assim, como já disseram, intangível, talvez precise de silêncios espessos para se recompor. Mas a tal coisa, que já foi tão dita e tão pouco entendida, continuará persistindo até o fim dos dias e, ainda bem, creio ser o amor a cura de todas as coisas.
O amor se transformou, mesmo que se confunda. Virou outro. Metamorfose como de lagarta à borboleta.
Sem falsidades, mando bons fluidos para você. Desejo que seus olhos continuem se alargando por aí e que seu peito não se cale. Nunca.
Sinto falta da sua presença ou talvez, da presença daquele colorido que se dará de outras formas e cores a partir de agora. Desejo o bem, de bem e que, um dia, um dia sim, nos abraçaremos com verdade, com a mesma verdade daquele abraço que um dia nos uniu.