segunda-feira, 30 de abril de 2012

a dor

"A Dor. Parece uma coisa simples, não é? Às vezes, aparece. Outras, desaparece. Nem sempre tem explicação."

luis filipe cristóvao
a dor

desencana, meu amor. vive.


o paladino e seu cavalo altar

Imprevistos hão de ter
Precipícios pra saltar
Os enigmas desvendar
E batalhas para vencer
Eu posso até chegar quebrado
Porém a chave terei conquistado
E assim liberto você da prisão
Que congelava o teu coração





lucas santtana. o paladino e seu cavalo altar.

sábado, 28 de abril de 2012

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não, não e não.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

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i am alive and muito viva

segunda-feira, 23 de abril de 2012

triste constatação

nunca mais segurar a sua mão

quarta-feira, 18 de abril de 2012

florbela espanca

"por que eu não me esqueço de viver... para viver?"

si

abandonou a viagem por não dar conta de si própria e de repente se viu em si da forma mais dura que poderia ser. quantos nãos são necessários pra se tomar as rédeas da própria vida? - ela pensou. e talvez fosse isso: existe de fato um movimento cósmico ou absolutamente natural para que as coisas sejam duras e, com isso, a tarefa é não endurecer com as coisas. a tarefa é encontrar um equilíbrio entre delicadeza e agressividade e conseguir confiar mesmo depois de tanto corte. a tarefa é seguir adiante e ir desamarrando as próprias neuras. a tarefa é seguir fluidez, menos cabeça-cálculo, mais coração-lucidez. a tarefa é respirar fundo e comprar uma nova passagem. a viagem começa quando se volta pra casa. pra dentro. quando si. 

segunda-feira, 16 de abril de 2012

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"Primeiro olho, depois boca e então um cheiro reconhecido. Tudo chegou com muitos requintes de afeto até que de fato se descobrissem. E aí viram que o certo era mesmo seguirem assim se encostando, planejando o que viria e até temendo em dupla tudo aquilo que poderia não acontecer por causa dos tropeços dos quais ninguém consegue escapar. Seria quase crime tentar colocar entre vírgulas e pingos vis essa coisa costurada de casal, por isso conto só que os dois foram invadidos de pecado. Um bom pecado, uma certa gula de vida que às vezes faz o mundo andar alguns passos.

Por ali foram anos a fio criando vocabulário e olhar em comum. Tempos e tempos e ele lúcido de um jeito bom, em diligente mas prazerosa tarefa de criar espaço seu no tempo. Ela, de tão atravessada por aquele homem e saciada de beleza e sonho, ganhando perigosas feições de mocinha da história. Viveu vida que não era dela, descuidou de si e adiou providências que não perdoam ser adiadas. Arrefeceu em câmera lenta, esperando de tocaia o dia em que ele precisaria falar doído.



O dia chegou e ela ensurdeceu pra não morrer. Não ouviu mala se fechar nem porta ser trancada - submergiu em água salgada e estancou.

Foi muito devagar que voltou a perceber alguns poucos sons e só anos depois desafogou de vez o corpo inteiro. Com a alma enxarcada de um jeito irremediável, mocinha agora andava toda amparada por toalhas e dava pulinhos de susto quando se lembrava que não tinha aprendido a cavar mundo com palavras próprias.



Se alguém inventasse pra ela um destino, era capaz de espalhar com gramofone a novidade por ruas inteiras da cidade. Acontece que o destino de encomenda nunca chegou e aí não houve mapa ou bússola que ajudasse mocinha a desenhar um rumo modesto qualquer. Sozinha, é assim sem eira nem beira - e nem rastro de caminho vislumbra pela fresta da janela.

Mas respira fundo e deixa passar"


maria lutterbach

domingo, 15 de abril de 2012

disfarce

o amor
perdura
mas vou fingir que não
pra que a gente possa viver em harmonia
nessa noite escura

quinta-feira, 12 de abril de 2012

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por atrito 
e concavidades
como pedras
esculpidas
pela curva do riacho
tudo fresco
e renovado
a passagem
incessante
nossas aberturas
os nós e as pontas
um tecido
sem pressa
porque o irregular
demora


                    amor.



julia panadés.

domingo, 8 de abril de 2012

sexta-feira, 6 de abril de 2012

quinta-feira, 5 de abril de 2012

segunda-feira, 2 de abril de 2012

something is missing

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tudo se repete. sem intensidade, sem novidade, sem perspectiva de. se crer já foi demais, vive. se desconfiar já foi demais, vive. deixa ruir. deixa doer. tudo se repete. vive.

poeticamente

"fudeu
não deu, não deu
game over
crazy love
and bye bye."


canção puta - césar lacerda e luiza brina.