domingo, 17 de agosto de 2014

(sussurros na madrugada de um domingo)

posso sentir os pés leves novamente.
tudo parece vibrar.
há um novo gosto em todo sabor de todas as coisas.
mas sei: o gosto é o mesmo que já senti uma vez.
o amor.
o amor.
o amor.
essa eterna pergunta, essa eterna resposta.
você de volta.
pouco a pouco, eu sei, posso sentir.
há um novo abraço a ser dado na hora exata de um não-lugar.
há um novo encontro a ser realizado, maior mesmo do que possamos ver.
você de volta.
eu aqui, outra.
você ali, outro.
nós dois, outros.
outro mundo, outra cartografia.
habitaremos o desejo, habitaremos.
nossa música nunca mais será a mesma.
tampouco nosso desejo.
te amo desde os tempo imemoriais.
antes mesmo que você pudesse perceber.
antes mesmo que o meu silêncio se manifestasse em gesto.
eu tenho um plano lírico pra nós.
ainda que planos sejam feitos pra serem desfeitos no dia seguinte.
habitamos o tempo presente, habitamos.
construímos nossos passos com a lentidão necessária pra perceber.
ainda assim, caminhamos.
você de volta.
eu de volta.
a casa sua.
a casa é nossa.

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