segunda-feira, 29 de abril de 2013

gerenciando vazios


Hoje pensei sobre gerenciar vazios e pensei nesse buraco que carrego aqui dentro. Esse tamanho de incerteza que me conduz para o mais incerto de mim mesma. Essa certeza inerte, essa vontade de viver mais do que posso, de experenciar um pouco de tudo e de ter sempre a sensação de se fazer muito pouco. Sobre o amor mesmo, aprendi nada. Perdi todas as pessoas que amei. Hoje sei que é preciso gostar com distância, mas me recuso a querer ser equilibrada demais. Sinto falta de algumas paixões, apesar delas me darem febre. Às vezes vazio é só fome. Ou sede. Ou vontade de criar problemas. Sei que a minha inquietude de hoje tem a ver com o pânico constante de me tornar uma dessas pessoas que simplesmente tiram o lixo da casa, levam o cachorro pra passear e comem pizza aos sábados no shopping. Vivo constantemente sobre o paradigma da urgência. Querer que cada instante seja único é o que me faz ser tomada pela ansiedade. E assim vou atropelando as coisas. Tropeçando nas pessoas. Tropeçando em mim. Não posso querer ser mais do que não fui. Assim como querer ser mais é apenas a tentativa de se querer ser alguma coisa. Não sei se sou alguma coisa, não sei mesmo. Mas sei que estou tentando. E tentar ser vale mais do que se colocar em um lugar de estabilidade. Eu sou aquilo que não prometo ser e a cada minuto que se passa me desconstruo nesse risco enorme que é a vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

tentar ser vale mais que a estabilidade... isso precisa ser meu mantra. porque fico entre esse desejo de viver-verdade e uma ânsia por estabilidade... duelo!

(curiosamente as palavras que tenho que digitar para que este post seja publicado e para provar que eu não sou um robô são: morra pleasure)

bju,ju machado