sábado, 14 de julho de 2012

o homem público número 1 (antologia)

tarde aprendi
bom mesmo
é dar a alma como lavada. 
não há razão para conservar
este fiapo de noite velha.
que significa isso?
há uma fita que vai sendo cortada
deixando uma sombra no papel.
discursos detonam.
não sou eu que estou ali 
de roupa escura
sorrindo ou fingindo
ouvir.
no entanto
também escrevi coisas assim,
para pessoas que nem sei mais,
quem são,
de uma doçura
venenosa
de tão funda.


(ana cristina césar)

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