segunda-feira, 19 de março de 2012

pelo sublime

a gente se conhece. e você sabe. sabe que tipo de sorriso eu entoo de forma fácil. eu também sei ver a cor dos seus olhos quando se parecem com a chuva. você não tem economizado silêncio. às vezes, nem aspereza. eu compreendo. eu compreendo que você precise demarcar firme uma distância. parece que se distanciando a gente pode ficar mais pequeninho pra perceber. de longe, talvez, a gente veja. talvez sim.  mas é que, às vezes - muitas vezes - eu não sei muito bem que fazer com o silêncio. às vezes - muitas vezes - escuto o silêncio gritar. e quero gritar de volta.
certa vez, ouvi dizer que, na música, a ausência de som pode ser fermata. entre um verso e outro, pode nascer uma pausa. talvez a gente esteja vivendo uma pausa melódica entre versos. ou vozes. nossas.
ainda que seja invasivo, gostaria de te fazer um pedido: se você, mesmo que em sonho, for capaz de ouvir meu grito, peço que ouse, vez por outra, desrespeitar seu próprio silêncio. compreendo que ele possa dizer mais que todas as palavras do mundo. compreendo que eu deveria ter sensibilidade para aceitá-lo. ainda sim, gostaria de ouvir sua voz de novo. de perto, ainda que distante.
a gente se conhece. você me ouve?

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