domingo, 1 de janeiro de 2012

as coisas migram e ele serve de farol

"Faz tempo que não esperamos uma entrada de ano com tão poucos bons prognósticos. 2011 foi um ano rápido e cheio de turbulência. Foi o ano e que o mundo viu que a crise de 2008 é a crise que nunca terminou. Foi também o ano das viradas no mundo árabe e de suas enigmáticas promessas. Jovens na Espanha, nos Estados Unidos, na Inglaterra, no Chile, na Grécia, espelhando as movimentações dos países islâmicos, saíram às ruas e se disseram indignados, saquearam lojas, exigiram responsabilidade estatal pela educação, propuseram ocupar o centro financeiro do Império, revoltaram-se contra o desmanche do Estado de bem-estar social. Ou talvez tenham sido muitos adultos e velhos agindo como jovens. Como que costumávamos chamar de "jovens" em 1967. As redes sociais da internet se traduziram em atos físicos, multidões de corpos e vozes, suor, spray de pimenta na mucosa dos narizes. Há algo do Maio Francês e de Berkeley em tudo isso. Li alguém dizendo que essas coisas a gente sabe onde vão dar, já que vimos no que deu o barulho dos anos 1960. Mas sabemos mesmo?"

o ano bom. caetano veloso. jornal o globo. feliz primeiro dia do ano.

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