terça-feira, 2 de novembro de 2010

transborda mar

Se o que sinto por você transborda, já não existem mais artifícios pra esconder tudo que se passa. Nossas conversas viraram defesa prum possível desencontro, analisar o inalisável, tentar compreender o que não se compreende, nunca. Agora devo partir e no meu coração resta uma saudade quase sem tamanho, um motivo grande demais pra me fazer ficar. De repente tudo parece menor, até os planejamentos mais arcaicos. No entanto, afirmar nosso encontro seria me desnudar completamente, e para isso estou cheia de um medo que pode me difamar. Sinto, verdadeiramente, uma saudade mútua. Um desejo. Um calor. No entanto, percebo: eu sei que você me pede calma. Sei que você é capaz de viver as coisas como quem colhe arroz, um a um, sem pressa, na contagem pura dos dias. Eu me atrapalho no próprio querer, como se não coubessem passos lentos nas minhas próprias vontades. Agora sigo em direção à partida, lágrimas nos olhos feito guarda chuva, e rezo, rezo, rezo, por sua volta. Torço pelo nosso encontro, que perdure, que o medo não nos tome, que os outros não intefiram, que nossos passos sejam certeiros, que os kilômetros que nos separam sejam centímetros diante do maior desejo de hoje em diante e sempre: nós. 

2 comentários:

eco disse...

uma maravilha de verdade...relaçoes ficam assim né...mas as suas palavras, o sperar e esperar cm calma...a saudade...o sentimento...a importançia de uma so palavra, de um so ser, nos...isso è amor puro.

Sara disse...

Eu sei bem como é isso.
Querer alguém, saber exatamente o que se quer. E nem por isso ter.
É difícil sincronizar as duas formas de sentir. A sua e a da pessoa.
O sufoco de estar junto e não poder pegar é tão grande quanto o de estar separado. É angustiante.
Só quem entendeu tudo sobre como se encaixam os "nós", mas a outra parte não entendeu nada, sabe como é se sentir assim.