terça-feira, 1 de junho de 2010

até agora

Dia frio, onze graus. Falta quase um mês pro que tanto espero. Desespero. Disparo. Discorro.
Sigo.
Das janelas do meu carro vejo somente homens de gravata e chapéu. Mulheres gordas. Velhinhos sujos. Ônibus, outros carros, ruídos de um interior que teima em ser cidade. E já é.
É quase hora de ser gente grande. Seguir nesse caminho soa duro. Tomarei as rédeas mesmo assim, tomando cuidado pra não atravancar o coração.
Luis Filipe Cristóvao me arrebatou novamente essa tarde. As palavras dele cabem milimetricamente na minha boca. Quase desejo tê-las inventado.
Invento silêncios, movimento puro. Sinto tanto medo que suponho já ter virado coragem.  Medo do medo que não há mais.
O ano começou intenso. Na divisão exata entre amor e dor. Na experiência não narrável do encontro. Na decepção absoluta - pisaram sobre a minha cabeça às gargalhadas.
Sigo Belíssimo horizonte, São Paulo é como o mundo todo.
Ainda planejo morada futura, apesar dos paulistas. Talvez não: apesar dos mineiros. Talvez assim: apesar de mim.
Tem começo um novo instante, quando o corpo já não é mais corpo, as palavras já não são as palavras, e o que sou já é outra coisa.
É isso que assusta tanto. Apesar da coragem.

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