quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

lágrima

E a menina queria chorar, queria chorar, queria chorar. Despejar adiante toda aquela tristeza - e era tanta tristeza que ninguém ousaria perguntar de onde viria a lágrima e pra onde iria. Uma tristeza antiga que de tão antiga não caberiam perguntas ou estórias. Cabia o silêncio somente, pois só o silêncio pra se pronunciar diante de um sentimento ancestral.
Era tanta tristeza e tanta lágrima e tanta tristeza que talvez nem fosse tristeza - quem sabe uma uma música interna, uma vontade, uma explosão. Talvez quisesse chorar não porque estivesse triste, mas porque estava viva.

5 comentários:

Silvia Andrade disse...

eu derramaria esta gota, antiga... parece que elas são assim, né? a gente não sabe de onde vêm. mas vêm e fazem a gente virar água.

Assis disse...

musica interna musica som...

E todos desejos!
Amordetarde.

Um beijo

Assis disse...

musica interna musica som...

E todos desejos!
Amordetarde.

Um beijo

Anônimo disse...

tão familiar... tão lindo.

Luna disse...

toda aquela tristeza que era também beleza.. e desejos, e saudade, e talvez uma angústia de relações mal resolvidas (mas alguma relação se resolve? - pego emprestado), de desejos não cumpridos, de promessas suspensas de repente, não mais que de repente.. Acho que coração de poeta na verdade é pura água. Chacoalha, se joga, dum canto pro outro, jorra, molha, vaza. Às vezes, vaza no olho também.