Decidi que vou escutar meu coração.
Não daquela maneira que todos costumam dizer, um conselho quase banal e mentiroso da sociedade. Quero escutar a sonoridade exata que venha do meu peito. O tum tum tum no acorde perfeito. A nota que começa e a que termina para que depois comece outra. Meu coração em nota Sol. Qual será seu timbre?
Para ouvir a melodia que meu coração carrega em Si, preciso fechar as janelas do quarto e dos pensamentos e fechar os olhos e parar. Respiro. Paro. Escuto.
Meu coração é quase um poliedro de sons. Notas, acordes, pausas, fermatas. Melodias inúmeras que se misturam. Envolto de um timbre grave, escuro. Por dentro é agudíssimo, soprano, tenor. Meu coração: mistura de Billie Holiday com Gal Costa. Canções de ópera nas bordas. Batidas de pandeiro no fundo. Dorival Caymmi em camadas. Piazzolla de vez em quando. Bjork pra respirar mais fundo. A canção do dia é Gabriela.
Meu coração tem também sons indecifráveis. Alguns estranhos, outros comuns. Em algumas horas do dia ele produz uma batida diferente só pra me enganar. Logo percebo: fingimento. O coração gosta de criar músicas mentirosas.
Meu coração tem um constante tic-tac de ansiedade. Apesar de detestar relógios e datas, o tic-tac espera por alguma coisa que eu não sei bem o que é. Espera ansioso, mentiroso. Não sabe o que quer. Quer muito. Quer demais.
Meu coração precisa de silêncios pra que novas estruturas melódicas se criem. Algumas vezes se cala, finge de mudo. Psiu. Parece endurecer, mas está ali. Forte. Presente. Foi calado que meu coração aprendeu a ouvir. Observa o mundo de longe. Espera quietinho, escuta. Aprendi a escutar os silêncios. Escutei: “quanto mais amo mais calo”. Me calei.
O tic –tac se mistura com os tum tum tums das possíveis batidas. Meu coração não se cansa, não sei bem porquê. Bate feliz, é verdade. E quer muito. Quer demais. Novas melodias, outros silêncios, batidas indecifráveis, acordes dissonantes, tudo ao mesmo tempo. Meu coração atrás de um tic-tac imperfeito.
Para ouvir a melodia que meu coração carrega em Si, preciso fechar as janelas do quarto e dos pensamentos e fechar os olhos e parar. Respiro. Paro. Escuto.
Meu coração é quase um poliedro de sons. Notas, acordes, pausas, fermatas. Melodias inúmeras que se misturam. Envolto de um timbre grave, escuro. Por dentro é agudíssimo, soprano, tenor. Meu coração: mistura de Billie Holiday com Gal Costa. Canções de ópera nas bordas. Batidas de pandeiro no fundo. Dorival Caymmi em camadas. Piazzolla de vez em quando. Bjork pra respirar mais fundo. A canção do dia é Gabriela.
Meu coração tem também sons indecifráveis. Alguns estranhos, outros comuns. Em algumas horas do dia ele produz uma batida diferente só pra me enganar. Logo percebo: fingimento. O coração gosta de criar músicas mentirosas.
Meu coração tem um constante tic-tac de ansiedade. Apesar de detestar relógios e datas, o tic-tac espera por alguma coisa que eu não sei bem o que é. Espera ansioso, mentiroso. Não sabe o que quer. Quer muito. Quer demais.
Meu coração precisa de silêncios pra que novas estruturas melódicas se criem. Algumas vezes se cala, finge de mudo. Psiu. Parece endurecer, mas está ali. Forte. Presente. Foi calado que meu coração aprendeu a ouvir. Observa o mundo de longe. Espera quietinho, escuta. Aprendi a escutar os silêncios. Escutei: “quanto mais amo mais calo”. Me calei.
O tic –tac se mistura com os tum tum tums das possíveis batidas. Meu coração não se cansa, não sei bem porquê. Bate feliz, é verdade. E quer muito. Quer demais. Novas melodias, outros silêncios, batidas indecifráveis, acordes dissonantes, tudo ao mesmo tempo. Meu coração atrás de um tic-tac imperfeito.
7 comentários:
"meu coração não se cansa / de ter esperança..."
Oi, Júlia! Só pra dizer que passei por aqui. Pensei em ver um texto novo, mas me vi de novo nesse espelho... mas hoje não tive olhos pra ele. Saí. Mas volto depois. Promessa de amigo! :D
Um grande beijo.
Bruno (Berrrrrlândia)
desastre de uma idéia
só o durante dura
aquilo que o dia adiante adia
estranhas formas assume a vida
quando eu como tudo que me convida
e coisa alguma me sacia
formas estranhas assume a fome
quando o dia é desordem
e meu sonho dorme
fome da china fome da índia
fome que ainda não tomou cor
essa fúria que quer
seja lá o que for
Leminsk
Adorei te ver cantando. Linda.
juju
è a si
eu te li logo ali,
mas è que eu desativei os comments, por isso vc nao achou adonde comentar....
aí a gente usa o telefone sem fio, ou o pombo correio!
saudade doce, dpois qro saber das novidades, cantorias, etc,
grande beijinho!
ah, e esqueci de dizer, li seu texto, achei bonito....
e resolvi escutar meu coraçao: ele disse: tum tum. e eu disse pra ele que o da juju fazia tic tac. aì ele disse: telecoteco. e eu respondi: xique xique.
bj.
Coração excêntrico o seu. Gostei do que ouvi, li e dancei.
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